Elisa Bartlett.
“Eu quero saber mais do que você faz no seu dia, meu
bem. Eu quero saber o quanto de ti pode ser meu. A caixa de sapatos
debaixo da cama está lotada de retratos apagados. Eu quero saber se você
é capaz de amar o suficiente pra entender tudo isso. Se o teu sonho te
faz mover ou te derruba. E se tua queda no chão não fazer um som, se
você entraria em pânico com medo de não mais existir ou por não ser
capaz de alcançar as minhas mãos. Eu quero saber, meu bem, se você
sangra quando se depara com as injustiças do mundo declaradas no horário
nobre da televisão. E se depois de um dia cheio, você vai aparecer
apesar da tempestade de meteoritos que cai lá fora, apesar do choro da
garça que não avista mais o horizonte enfumaçado. Eu quero saber, meu
bem, se no dia que eu chorar em pranto e estiver prestes a acabar com
tudo se você vai te esquecer e me deixar descansar no teu peito. Eu
quero saber a cerca da sua coragem. Se quando a terceira guerra mundial
explodir você vai enfrentar o batalhão de choque nas ruas, se estaremos
de mãos dadas perante a morte e a destruição. E se caminharmos por horas
lado a lado e em silêncio se você teria vontade de me dar um abraço por
alguns minutos. Eu quero saber mais do que você faz no seu dia, meu
bem.”
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