sábado, 31 de maio de 2014

Elisa Bartlett.

Eu quero saber mais do que você faz no seu dia, meu bem. Eu quero saber o quanto de ti pode ser meu. A caixa de sapatos debaixo da cama está lotada de retratos apagados. Eu quero saber se você é capaz de amar o suficiente pra entender tudo isso. Se o teu sonho te faz mover ou te derruba. E se tua queda no chão não fazer um som, se você entraria em pânico com medo de não mais existir ou por não ser capaz de alcançar as minhas mãos. Eu quero saber, meu bem, se você sangra quando se depara com as injustiças do mundo declaradas no horário nobre da televisão. E se depois de um dia cheio, você vai aparecer apesar da tempestade de meteoritos que cai lá fora, apesar do choro da garça que não avista mais o horizonte enfumaçado. Eu quero saber, meu bem, se no dia que eu chorar em pranto e estiver prestes a acabar com tudo se você vai te esquecer e me deixar descansar no teu peito. Eu quero saber a cerca da sua coragem. Se quando a terceira guerra mundial explodir você vai enfrentar o batalhão de choque nas ruas, se estaremos de mãos dadas perante a morte e a destruição. E se caminharmos por horas lado a lado e em silêncio se você teria vontade de me dar um abraço por alguns minutos. Eu quero saber mais do que você faz no seu dia, meu bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário